Quando o suplente do Barça é melhor que o titular do Real; Neymar bisou, Suárez brilhou, mas foi o recital de ter Stegen a desequilibrar; Bayern respondeu bem mas falhou muito na finalização

Bayern 3-2 Barcelona (Benatia 7′, Lewandowski 59′ e Muller 74′; Neymar 15′ e 29′)
Imagem: Daily Mail
O Barcelona está de regresso a uma final da Champions, depois de há quatro anos ter batido o Man Utd, em Wembley. Os catalães, que já tinham conseguido despachar a eliminatória, na 1.ª mão, perderam em Munique mas carimbaram na mesma a passagem para Berlim. Numa partida em que a eficácia do Barça contrapôs com o desperdício do campeão da Bundesliga. O Bayern até entrou bem, marcou logo cedo, e deu a ideia que podia ter conseguido algo épico mas apanhou pela frente um super-ter Stegen, que na 1.ª parte foi um autêntico “muro” e fez a diferença, depois os problemas na defesa (alguma dificuldade em controlar a profundidade) deitaram tudo a perder. Na 2.ª parte, a equipa de Guardiola (que até justificava um triunfo por outros números) ainda consumou a reviravolta, mas as meias-finais já tinham um vencedor. Curiosamente, depois de um jogo discreto de Messi. Melhor esteve Suárez, que apesar de não ter marcado, foi a unidade mais dos catalães, com duas assistências e a desequilibrar a defesa do Bayern com a sua técnica e capacidade de desmarcação. Do lado dos bávaros, voltou a ficar a ideia que com Robben no ataque e Alaba na defesa esta eliminatória podia ter sido muito diferente. Muller e Lewandowski desta vez marcaram, o alemão foi sempre uma dor de cabeça para a defesa catalã, mas na 1.ª parte estiveram perdulários.

Quanto ao jogo, começou logo com oportunidades de golo. Primeiro foi Dani Alves a isolar Rakitic mas o croata, numa zona com pouco ângulo, permite a defesa a Neuer. Na resposta Muller consegue uma situação de desequilíbrio cruza para trás mas Piqué bloqueia o remate de Thiago. Mas o golo não tardou. Num canto a defesa do Barça deixa Benatia sozinho e o marroquino cabeceou colocado para o 1-0. Os bávaros pareciam estar melhor, mas o Barça empatou pouco depois e “matou” a eliminatória. Messi desmarca Suárez e o uruguaio, quando até podia ter optado pelo remate, serve Neymar para o 1-1. Pouco depois Muller de cabeça esteve perto de fazer o 2-1 mas Ter Stegen respondeu com uma grande defesa. Lewandowski, depois de uma boa jogada colectiva, remata, já dentro da área, mas Ter Stegen volta a responder bem. A seguir foi Muller, em boa posição, a permitir a defesa ao guardião do Barça. E como quem não marca sofre, numa transição Suárez volta a  ficar em boa posição e serve Neymar para o 2-1. O Bayern, apesar da desvantagem, nunca baixou os braços, e até ao intervalo continuou a carregar. Primeiro num cruzamento de Bernat, Schweinsteiger com uma grande cabeçada volta a ver Ter Stegen a fazer uma grande defesa. Até que surge a melhor oportunidade dos bávaros na 1.ª parte, numa jogada de insistência Lewandowski fica sozinho na zona de penalti, fuzila Ter Stegen mas o guardião consegue evitar o golo com uma defesa incrível, a bola ainda foi para a baliza mas o alemão com uma palmada tirou a bola em cima da linha. No 2.º tempo, o jogo foi diferente. Luis Enrique fez logo descansar o endiabrado Suárez ao intervalo e o Bayern também parecia mais desmotiva. Até que, depois de uma fase sem grandes motivos de interesse, à passagem do minuto 59 Lewandowski recebe à entrada da área, desequilibra Mascherano, e remata colocado para o 2-2. Pouco depois quase o 3-2, na sequência de um livre Muller apanha uma bola morta na área mas remata um pouco ao lado. Mas o alemão acabou mesmo por marcar. Numa jogada à entrada da área, o avançado, depois de Schweinsteiger ter amortecido, rematou colocado para o 3-2. O resultado estava feito. O Bayern ficou satisfeito com a vitória e até final acabou por pressionar menos. Pep também fez algumas alterações. Sendo que última oportunidade, e única na 2.ª parte para os catalães, até pertenceu ao Barça, com Neymar em boa posição a servir Messi mas a bola fugiu à posição do argentino e o lance perdeu-se.

Destaques:


Bayern- Consuma-se o desfecho esperado depois do jogo da primeira mão, traçando-se assim a segunda eliminação consecutiva de Pep Guardiola aos pés dum colosso Espanhol. Mas a verdade é que as ausências e a vitória de hoje acabam por maquilhar um pouco o insucesso, o qual é inegável. A equipa não soube contrariar o trio de ataque do adversário, sofrendo muito com a verticalidade deste Barça, não conseguindo também aproveitar melhor as muitas oportunidades que foram criadas no primeiro tempo e que poderiam ter dado outro ânimo. Veremos se o técnico Catalão segue nos Bávaros e, se isso suceder, como abordará o mercado. Individualmente, Benatia marcou um golo e criou sempre perigo na área rival, mas a defender fica mal em ambos os golos, sendo que a dupla da frente, Muller e Lewandowski, incomodou imenso a defensiva Culé, cada um dos Avançados fez um belo golo, mas estiveram perdulários no primeiro tempo.

Barcelona- O “triplete” e a época de sonho estão agora à distância de 3 jogos. Os Blaugrana atingem a quarta final em nove anos com pouco sofrimento nas eliminatórias e com uma frescura física invejável. Hoje o grande destaque vai para Ter Stegen, já que o habitual suplente na Liga (que tem estado muito bem na Champions) fez uma mão-cheia de tremendas intervenções (a defesa ao remate à queima-roupa de Lewa é mesmo das melhores da temporada) e demonstrou que, com ele e Bravo, respira-se saúda na baliza Culé (os 2 seriam titulares no Real, o que diz bem sobre a diferença entre os 2 clubes neste capítulo). Numa partida em que durante muito tempo o conjunto de Luis Enrique (que passou de contestado a puder terminar a época como herói), o maior destaque nem foi Messi (apesar do fantástico passe a rasgar a defesa para o primeiro golo), mas sim Suàrez (tremendo a explorar a profundidade e generoso quando até podia tentar o remate) e Neymar (37 golos do Brasileiro nesta temporada, com a particularidade de já ter marcado no Sánchez Pizjuán, no Calderón, no Bernabéu, no Parque dos Príncipes, em Saint-Denis (contra a seleção Francesa) e no Allianz Arena).

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