Gigantes adormecidos…; Que até podem beneficiar do sistema de 44 minutos e 60 jogos

Concorda com esta ideia? A NBA vai testar, no jogo entre Brooklyn Nets e Boston Celtics, a realizar no Domingo, a duração de 44 minutos, ao invés dos 48. Esta experiência enquadra-se na discussão centrada no excesso de esforço pedido aos jogadores, que é tido como causa das muitas lesões que assolam a Liga. O teste já trouxe à baila outra questão previamente falada, a da redução do número de jogos, dos actuais 82 para a casa dos 60. LeBron James e Dirk Nowitzki defenderam publicamente esta redução, aproveitando para referir que diminuir o tempo de jogo é indiferente para o desgaste dos atletas. Depois da questão do tecto salarial máximo, este parece ser mais um ponto de fractura entre patrões e jogadores. Menos jogos significa menos bilhetes, menos direitos televisivos, menos receitas. Mas hoje parece claro que a quantidade de jogos, alguns deles sem qualquer dia de intervalo entre si, aliada a viagens entre fusos horários diferentes, é nociva para a condição física dos atletas. É certo que menos jogos significa menos dinheiro, mas mais ausências dos melhores jogadores por lesão, sem contar com reformas antecipadas e temporadas inteiras perdidas, não é propriamente bom para o negócio.

Dois emblemas notáveis destinados ao fracasso? Ou serão Carmelo e Kobe capazes de desafiar a lógica?

New York Knicks
As boas notícias são que Carmelo Anthony decidiu permanecer na Big Apple ao invés de rumar a outras paragens. Felton e Chandler estão fora, Calderon e Dalembert entram. Basicamente foi este o Verão dos Knicks. Nada de espantar, pois este será uma espécie de ano zero para Phil Jackson e Derek Fisher, pois no próximo defeso já não lhes pesarão nos bolsos os 35 milhões enterrados em Amare Stoudemire e Andrea Bargnani. Aliás, os salários garantidos para 2015/16 somam menos de metade do valor total desta temporada, o que mostra que NY pode atacar o mercado de 2015 em força. Quanto a esta temporada, é certo que New York possui nos seus quadros uma das grandes figuras da actualidade, até melhorou o seu cinco inicial com Calderon e Dalembert (Chandler pouco fez o ano passado), mas as fragilidades continuam: jogadores pouco consistentes, defesa frágil, e pouca capacidade nas tabelas. A não ser que chovam triplos, e os Knicks marquem quantidades absurdas de pontos, eles não têm capacidade defensiva para vencer jogos. Sabendo de antemão que vamos ver um Carmelo-show, há curiosidade em ver o rendimento de JR Smith, e dos jovens Shumpert e Tim Hardaway Jr. É certo que o Este parece aberto a surpresas na parte inferior do quadro de playoff, de tão nivelada por baixo que é, mas mesmo assim dificilmente NY pode ser visto como candidato a uma posição na fase a eliminar. O que, atendendo que o objectivo será principalmente preparar 2015, pode nem ser mau de todo.
The dudes – Carmelo Anthony, pese um currículo curto, é uma das figuras maiores da NBA. Marcador de pontos nato, é acusado de não fazer os colegas melhorarem o seu jogo, mas mesmo assim qualquer equipa não enjeitaria os seus serviços.
The duds – o Stoudemire de Phoenix é uma lenda contada aos adeptos dos Knicks de modo a mantê-los motivados quanto a um regresso. Bargnani não sabe defender, ressaltar, usar o físico, e aparentemente desaprendeu de lançar.
O que esperar – Carmelo pode aproveitar para conseguir um prémio MVP. De resto, NY não deve fazer muitas ondas.
Objectivo – os Knicks podem aspirar à 8ª posição do Este… ou à 8ª posição do draft.
Los Angeles Lakers
The Black Mamba is back!!! Depois de um ano sabático, entre um tweet e outro, Kobe Bryant está de volta à acção. A sua motivação e espírito competitivo devem servir por si para melhorar uma equipa que se arrastou o ano passado, e não esquecer que estamos perante um dos jogadores com mais qualidade na sua posição. Vamos ter de novo Lakers nos playoffs? Claro que não! Em primeiro lugar, Kobe parece estar fisicamente apto, mas um ano de paragem, mais a idade, e a quilometragem elevada, significam que ele não voltará a ser o que foi. Menos velocidade, menos explosão, menos impulsão, consequências do natural desgaste do corpo. Mas certamente que isso não impedirá Kobe de açambarcar lançamentos e criticar colegas menos esforçados, o que é sempre bom para o moral do conjunto. E por falar em esforço… saiu Gasol, e entrou Carlos Boozer, conhecido pela sua (ironia) tenacidade defensiva (ironia). O extremo é talentoso no ataque, mas Gasol também o era, pelo que não será aqui que se verá alguma melhoria. O resto do elenco mantém-se fraco… Jeremy Lin deve ser dos piores bases titulares da NBA, embora possa dar algum espectáculo. Steve Nash lesiona-se a carregar sacos. Jordan Hill tem qualidade, mas perde muitos jogos devido a problemas físicos. Nick Young é um clone, para pior, de Kobe, com bola na mão a sua visão periférica perde-se e só vê cesto. Ed Davis pode ser uma boa surpresa (conseguido a custo baixo), e depois há que perceber como evoluiu Julius Randle. Byron Scott, ex-estrela do Show Time, gosta de enfatizar a defesa, mas não tem pessoal para implementar um sistema forte (tirando Kobe e Hill, ninguém é perito nessa componente). A equipa possui muitos e bons lançadores, mas tal como NY, a não ser que ponham na mesa números absurdos, têm poucas chance de se baterem com os mais fortes. Mesmo com Kobe Bryant.
The dudes – Kobe é Kobe, vai continuar a marcar e a jogar. Enquanto o corpo aguentar.
The duds – Nash tem-se arrastado na sua estadia em LA; Lin é rápido e excitante, mas está muito longe de ser um bom jogador.
O que esperar – Hollywood é sempre um bom palco para drama, e à medida que as derrotas se vão acumulando, todos sabem o que esperar.
Objectivo – a lotaria espera pelos Lakers.

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar com o VM aqui!): Nuno Ranito

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