Hazard verga o City; Mourinho dá lição em Manchester (o Chelsea foi muito superior e até merecia outro resultado) e deixa a luta pelo título ao rubro; Citizens (que desde 2010 não ficavam em branco no Etihad) acusaram as ausências de Aguero e Fernandinho (estiveram muito mal nas transições defensivas); Ivanovic marcou o único golo do jogo; Matic destacou-se na 2ª parte

Man City 0-1 Chelsea (Ivanovic 32′)
Noite de Mourinho, noite de Hazard, noite de Matic (que foi considerado o MVP), noite à Premier League. O Chelsea foi a Manchester bater o City por 1-0 (golaço de Ivanovic na 1ª parte) e aumentou ainda mais o interesse no campeonato inglês. Os Gunners são agora líderes (55 pontos), com Blues e Citizens juntos no 2º lugar a 2 pontos do 1º.
Grande jogo de futebol no Etihad (merecia claramente mais golos), aliás como a Premier League já nos habituou. O Chelsea soube aproveitar bem as lacunas da equipa do City (sem Fernandinho ficou muito exposta nas transições defensivas e nunca teve velocidade para travas as “gazelas” dos Blues; e sem Aguero perdeu toda a agressividade na frente e a capacidade de recuar um elemento para jogar entre as linhas do adversário) e fez a melhor exibição em 2013-14. Mérito para Mourinho que conseguiu anular o poderoso conjunto de Pellegrini (já desde 2010 que não ficava em branco no seu estádio), e juntou ao equilíbrio defensivo (Matic funcionou de maneira excelente com David Luiz no meio campo) a capacidade de desorientar a posse de bola do City com a dinâmica do trio Hazard-Willian-Ramires (recuperaram muitas bolas, complicaram sempre a saída de bola dos Citizens e com a sua velocidade nunca permitiram ao conjunto da casa ter o domínio do jogo). Em suma, uma prestação quase perfeita dos Blues, que depois de chegarem ao 1-0 (já antes tinham falhado numa situação de 4 para 1), se fartaram de desperdiçar oportunidades de golo (o resultado peca por escasso, devia ter ficado 2-4), quase sempre com Hazard a desequilibrar a defesa do City, foram várias vezes em que Ramires e Eto’o podiam ter ampliado o marcador, e não só em transições ofensivas, Cahill atirou ao poste na sequência de um canto, e Matic com um tiraço fora da área também tirou tinta à barra. Do lado do Manchester, apesar da exibição menos conseguida – a defesa cedo se desorientou e a equipa nunca mais se equilibrou – nota para o desperdício de Silva (falhou 2 golos cantados), para os bons minutos iniciais de Yaya (na 2ª parte foi anulado por Matic) e para o desacerto de Dzeko (não acertou na baliza em 4 situações de finalização).

Destaques:

Manchester City – O jogo ainda nem tinha começado e os Citizens já estavam a perder fruto das ausências de Aguero (talvez o melhor jogador da PL) e Fernandinho. Foi devido a encontros como este que o City investiu 40 milhões em Fernandinho e não aposta em Javi ou Barry (que entretanto saiu para o Everton), sem o brasileiro a equipa fica muito exposta nas transições defensivas, não tem velocidade, apresenta mais dificuldades em recuperar a bola e se não tem bola não domina os jogos como gosta. Pellegrini decidiu apostar em Demichelis para a posição de trinco, mas deu-se mal, o argentino foi completamente vergado por Hazard, nunca teve velocidade para os médios ofensivos do Chelsea e com isso o City andou sempre perdido em campo. Depois a nível individual alguns jogadores estiveram muito aquém do que tem feito, Zabaleta (que na nossa opinião é um dos 5 melhores laterais direitos do Mundo) parecia um jogador dos infantis quando tinha de enfrentar Hazard, Silva foi menos preponderante (mérito para a táctica de Mou), e Navas nunca conseguiu desequilibrar no corredor direito. Na frente a dupla Negredo (que vinha de uma lesão) e Dzeko também foi bem anulada pela defesa do Chelsea, e além de ser anulada pouco ajudou no trabalho defensivo, deixando sempre a equipa muito partida (Jovetic quando entrou demonstrou que teria sido preferível apostar num avançado que recuasse mais no terreno). Em suma, uma má exibição, um jogo diferente daquele que o City nos tem habituado, um Pellegrini que continua a ser presa fácil para Mou (na 2ª parte devia ter tirado Demichelis e metido Milner), mas tudo em aberto na luta pelo título.

Hazard – Ainda não está ao nível de Messi e Ronaldo – faltam-lhe os golos com números estratosféricos – mas neste momento em termos de futurologia é aquele que daqui a 3/4 anos quando os 2 Et’s tiverem menos preponderância, que apresenta melhores perspectivas de chegar à Bola de Ouro. Hoje, apesar de Matic ter sido considerado o MVP, o jogo foi todo do belga (com a sua velocidade e técnica vergou por completo os Citizens). Desequilibrou, o golo começa numa jogada sua, basicamente fez o que quis de todos os adversários que lhe apareceram à frente. Uma exibição muito semelhante aquelas que Iniesta costuma realizar nos grandes jogos (espalhar técnica e magia).

Chelsea – Não é para todos vencer em Manchester, travar o momento goleador do City e até sair da partida com a sensação que podia ter conseguido um resultado mais desnivelado (3 bolas ao poste e várias oportunidades). Mas basicamente foi um jogo à Mourinho. Táctica que condicionou o momento ofensivo do City, e sempre a utilizar as transições para marcar uma presença, colocar em dúvida o adversário em relação ao jogo (cedo os Citizens se perderam). Veremos se depois deste resultado o português muda o discurso (já chega de mind-games sem sentido), até porque neste momento o Chelsea até parece levar vantagem na luta pelo título (mas percebemos que o Special One queira sacudir a pressão). A nível individual, foram vários os destaques, mas todos estes destaques tem o mérito de Mourinho. Terry está na melhor forma dos últimos 3 anos e juntamente com Cahill (devia ser a dupla da Inglaterra no Mundial), dominou por completo a zona defensiva. Azpiliculeta tem sido uma boa adaptação a lateral esquerdo (conseguiu contrariar bem a velocidade de Navas), Willian de jogo para jogo está cada vez melhor (incrível a intensidade defensiva que apresenta), e Matic foi uma excelente aposta no meio campo (o sérvio ao princípio ainda sentiu dificuldades com Yaya mas com o desenrolar do encontro não só anulou o médio do City, e com isso anulou os Citizens, como parecia estar em todo o lado, tanto na recuperação como com bola). Nota ainda para Ivanovic, que além de ter marcado esteve sempre seguro na defesa, para Ramires (que foi útil naquilo que Mou lhe pediu mas que pecou na finalização) e para David Luiz que está a melhorar na posição de médio defensivo.

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