Um Barcelona “campeão” em Novembro nem nos melhores sonhos do inexperiente Vilanova. Mérito dos catalães, que desde o 1º dia da pré-época demonstraram que iam fazer de tudo para provar que 2011-12 foi um lapso, e muita culpa no cartório para o Special One. Quando ter o 2º melhor plantel do Mundo (os merengues apresentam nas suas fileiras 12/13 dos 50 melhores jogadores da actualidade), não chega para mais que um 3º lugar na La Liga a 11 pontos do Barça, algo foge à lógica, se juntarmos a isso a tremida Liga dos Campeões (o Real, apesar da passagem, foi inferior ao Dortmund), alguém tem de ser responsabilizado. Neste caso, o único responsável é José Mourinho (apesar da imprensa tentar responsabilizar os jogadores, e também é essa a magia de Mou pois em todos os clubes o 1º alvo é o treinador). Foi visível logo na pré-temporada que o conjunto de Madrid estava lento e sem ideias. A vitória na Supertaça ainda atenuou isso, mas foi apenas um acto ocasional já que a actual realidade demonstra que os merengues continuam apáticos, não conseguem dominar ninguém muito menos sufocar os adversários. Falta de motivação dos jogadores? Cabe ao treinador contrariar isso, mas mesmo esse dado faz pouco sentido, já que o Real não está habituado a ganhar, nem cansado de o fazer (nos últimos 6 anos foi assistindo ao domínio do Barcelona). Aliás o plantel merengue está recheado de elementos ambiciosos. Poucas soluções? Muito menos. Mou em todos os defeso tem investido somas estratosféricas (este ano em Modric, o ano passado erradamente em Coentrão, pelo valor do jogador, pelos números da transferência e por não preencher uma lacuna). E conta no seu elenco com alguns dos melhores do Mundo nas respectivas posições. Qual a explicação? O Real não inovou no seu sistema de jogo: é a equipa mais forte do Mundo ao nível das transições ofensivas, mas peca no futebol organizado e na transição defensiva. Por outro lado, o meio campo esta época tem estado menos dinâmico (Ozil está a ser mal potenciado e isso acaba por ter impacto no futebol merengue, a verdade é que Mou ainda não encontrou uma maneira de compatibilizar Di Maria, Modric e Ozil). Por último, a ausência de Marcelo foi mal colmatada em termos tácticos. O brasileiro é juntamente com Di Maria o elemento que mais estica o jogo do Real, o seu envolvimento ofensivo é igualmente crucial para Ronaldo (o português marca muito mais e tem melhor bola quando o lateral está em campo) e pouco foi feito para atenuar isto.
Com o campeonato espanhol perdido, veremos como será o futuro, sendo certo que a pressão de vencer a Liga dos Campeões aumenta e muito. Mou, por enquanto, deve continuar seguro no Real: ainda tem margem devido à conquista da última Liga, pela vitória na Supertaça e pelo seu estatuto (se fosse outro treinador a estar na actual situação de Mourinho já tinha sido despedido…Florentino investiu demasiado dinheiro para conquistar só uma Liga em 3 anos e na história recente, mesmo com Guardiola, nenhum técnico merengue perdeu o campeonato em Novembro). No entanto, o português sabe melhor que ninguém que o principal objectivo está perdido: só uma nova conquista na Liga iria provocar um verdadeiro virar de página no futebol Mundial, assim 2011-12 acaba por ser um ano esporádico (uma espécie de lapso) no domínio completo do Barcelona. É certo que este cenário pode ser atenuado com a conquista da LC, mas fica a ideia que o regresso do Special One a Inglaterra está cada vez mais próximo (o que não é totalmente mau, irá ser mais apreciado, terá menos pressão – Mou envelheceu mais nos últimos 2 anos que nos restantes 47 que tem de vida – e poderá desfrutar novamente do prazer de um campeonato competitivo, entusiasmante e imprevisível).