É difícil adivinhar-se alguma surpresa no Campeonato Nacional de Hóquei em Patins quando FC Porto e SL Benfica apresentam plantéis fortíssimos com jogadores como Reinaldo Ventura, Ricardo Barreiros, Edo Bosch, Luis Viana, Diogo Rafael ou Valter Neves. Os dois gigantes do Hóquei Nacional têm mantido plantéis muito equilibrados com vários jogadores internacionais que marcam uma enorme diferença para as restantes equipas nacionais. O FC Porto, apesar das saídas de Gonçalo Suissas (Candelária), Filipe Santos (abandono), Pedro Gil (Valdagno) e Nélson Pereira (Oliveirense), reforçou-se com Ricardo Barreiros (ex Liceu), Hélder Nunes (ex Braga), Vítor Hugo (ex Oliveirense) e Jorge Silva (ex Candelária), mantendo um plantel fortíssimo apesar de ser de grande dificuldade substituir um jogador da qualidade do espanhol Pedro Gil. Já o SL Benfica, apesar de ter perdido Sérgio Silva para o Valdagno, reforçou-se com Marc Coy, um excelente jogador, internacional espanhol, oriundo do Calafell. Algumas equipas ainda deram boa réplica nos últimos anos tais como a Juventude de Viana (que este época irá competir na Segunda Divisão) quando contava no seu elenco com jogadores como Didi, Pedro Alves ou Paulo Almeida, a Oliveirense com Tó Neves a comandar e o Candelária que tem no seu plantel o internacional português João Miguel e reforçou-se, para esta época, com Gonçalo Suissas, ex FC Porto. Longe vão os tempos áureos do Óquei Clube de Barcelos, o último campeão nacional para além do FC Porto até à época transacta (o SL Benfica conquistou o Campeonato Nacional), que conseguiu inclusive atingir a final da Liga dos Campeões, perdida frente ao todo poderoso Barcelona, quando tinha nas suas fileiras jogadores como os irmãos Bertolucci ou Sérgio Silva. De realçar também o retorno do Sporting à Primeira Divisão que, apesar de nesta época ter o objectivo da manutenção, irá aumentar os níveis de rivalidades e espera-se que contribua para um aumento de público nos pavilhões. Apesar de ter perdido Gonçalo Alves para a Oliveirense, o seu melhor marcador das últimas épocas, reforçou-se com alguns elementos com rodagem na Primeira Divisão, casos de Diogo Lã e Carlos Trindade, ex Tigres, e Carlos Garrancho, ex Física. Nos dias de hoje, o Hóquei em Patins português perdeu muito interesse do público em geral sendo que a falta de investimento nas transmissões televisivas e a crise económica que se sente no país em muito contribuiu para este decréscimo. Contudo, na época passada a televisão pública voltou a transmitir jogos não só do Campeonato Nacional mas também das competições europeias, sendo uma importante receita para vários clubes que têm imensas dificuldades (o Portosantense desistiu, na última época, por motivos financeiros). Ainda assim, o Campeonato nacional continua a ser muito apetecível para vários jogadores estrangeiros sendo que já passaram por cá jogadores como os irmãos Velasquez , os irmão Bertolucci, Luís Teixidó ou Pedro Gil, entre tantos outros, que fizeram do nosso Campeonato um dos mais fortes do Mundo.
Como se explica que o FC Porto, apenas ao fim de dez anos, tenha visto sido quebrada a sua hegemonia? Conseguirá o SL Benfica renovar o título? E equipas como Candelária e Oliveirense, ou até mesmo Óquei de Barcelos ou Sporting (ambas com o seu processo de reconstrução) poderão intrometer-se, a curto prazo, entre os dois gigantes do Hóquei Português? Como se poderia conseguir uma maior afluência aos pavilhões?
Visão do Leitor: Tiago Cunha