Barcelona volta a derrotar o Real no Bernabéu; Ronaldo inaugurou o marcador, mas na 2ª parte os catalães deram a volta e o encontro acabou por provar mais uma vez que os merengues não conseguem controlar o seu desespero/complexo de inferioridade em relação ao conjunto de Guardiola

Real Madrid 1-2 Barcelona (C. Ronaldo 11´; Puyol 49´e Abidal 77´)

Real Madrid e Barcelona entraram em jogo para mais um grande clássico, desta vez a contar para a Copa do Rei. Numa eliminatória a duas mãos, os catalães partem em vantagem para a segunda parte, que se disputa já na próxima quarta-feira. Destaque para os 27% de posse de bola para o Real Madrid (algo que acontece sempre frente ao Barça), o que é vergonhoso para qualquer equipa que joga no seu estádio, ainda para mais vindo do clube que foi considerado o melhor do século XX.

José Mourinho apostou em Altintop para lateral direito, Pepe a trinco e o regresso de Carvalho para defesa central, tendo deixado a frente de ataque para os seus goleadores (Ronaldo, Higuain e Benzema). Já Guardiola colocou em campo a estratégia habitual, apenas com Pinto na baliza em vez de Valdés. A partida começou praticamente com o golo de Cristiano Ronaldo, que aproveitou da melhor forma um passe longo de Benzema. O português fintou Piqué e disparou com o pé esquerdo para o fundo da rede de Pinto. Mais uma vez os merengues entravam na frente e, desta vez, conseguiram aguentar o resultado até ao intervalo.

O Barcelona reagiu com a sua postura habitual, com muita posse de bola e criou situações de golo suficientes para empatar (Alexis ao poste, Casillas a evitar o golo de Messi, entre outras). Contudo, o golo dos catalães só surgiu após o descanso. Puyol aproveitou um pontapé de canto e colocou justiça no marcador. Iniesta, de seguida, rematou ao poste, enquanto que Benzema fez o mesmo para o Real (no único lance de perigo do Real em toda a partida, sem contar com o golo!). Busquets voltou a ameaçar num lance de bola parada, para depois Abidal resolver o encontro após excelente passe de Messi. O defesa francês apareceu muito bem pelo seu flanco e, sem qualquer marcação, rematou para o fundo da baliza de Casillas.

Destaques:

Pepe – O luso-brasileiro realizou uma excelente 1ª parte (em conjunto com Lass), dominou o meio campo, mas depois estragou a sua exibição nos últimso 45 minutos. Perdeu o duelo com Puyol no 1º golo do Barça, pouco tempo depois, fez um enorme teatro e terminou o número com uma agressão a Messi (pisou a mão do argentino de propósito). Se o Real de Mourinho perde quase sempre com o Barça, a verdade é que os jogadores merengues claramente perdem a cabeça em muitos momentos da partida.

José Mourinho – Tal como vem na imprensa espanhol, o português não utilizou o plano A, nem o B e muito menos o C. A aposta em Ricardo Carvalho (regressou após 3 meses de ausência) no centro da defesa, Altintop a lateral direito (se era para acrescentar profundidade ao flanco, falhou por completo), Pepe no meio campo e os três goleadores na frente (sem um meio campo de construção, quem servia o trio de luxo?) resultou em mais uma derrota perante o grande rival. Mourinho voltou a falhar no banco e, mais uma vez, não descobriu o antídoto para “enganar” o futebol do Barça.

Guardiola – O treinador catalão volta a “sair por cima” de mais um clássico. O Barcelona foi sempre fiel ao seu estilo e, mesmo sem Villa e “Pedrito” (habituais titulares), conseguiu mais uma vez ultrapassar José Mourinho. Aliás, Guardiola mostra que não se “acobarda” nos grandes jogos, nem muda a táctica perante qualquer adversário, ao contrário de Mourinho (voltamos a frisar que Guardiola é bastante melhor treinador que o português).

Cristiano Ronaldo – Se retirarmos Casillas, o português foi o melhor jogador dos merengues no clássico. Realizou uma excelente 1ª parte, tendo inaugurado o marcador com grande classe. Mostrou disponibilidade defensiva, correu atrás de Dani Alves, tentou desequilibrar na frente e não foi nada egoísta com a bola nos pés (podia ter procurado mais o 1×1, mas talvez o receio de perder a bola, juntamente com os prováveis assobios da bancada, o tenham demovido disso). No segundo tempo, tal como toda a equipa do Real, não apareceu na partida.

R. Carvalho/F. Coentrão – Duas exibições negativas dos outros portugueses em campo. O central denotou claramente falta de ritmo, tendo regressado ao activo logo num “super-clássico”, enquanto que o lateral esquerdo não existiu no ataque e passou por grandes dificuldades na defensiva.

Alexis Sanchez – Um dos melhores jogadores em campo, faltando apenas o golo para sair da partida com nota perfeita. Voltou a exibir-se ao nível que tinha mostrado na última visita ao Bernabéu, cabeceou ao poste, serviu os seus companheiros e foi importante na ocupação dos espaços quer no ataque, quer na defesa.

Lionel Messi – O argentino não facturou em Madrid e passou grande parte do tempo ao lado do encontro. Contudo, como grande jogador que é, apareceu no momento decisivo para encontrar Abidal livre e assistir o francês para o 1-2 final.

Busquets/Puyol/Abidal – Duas exibições de grande nível e um lateral decisivo em Madrid. Puyol mostrou a classe habitual na defensiva catalã (decisivo em alguns cortes) e ainda marcou o 1º golo do Barcelona, enquanto que Busquets secou por completo o meio campo merengue e, juntamente com Xavi e Iniesta, assumiu papel decisivo para os 73% de posse de bola (recuperar bola e fazer jogar). Abidal teve a mestria de saber atacar, pois foram raras as vezes que subiu pelo seu flanco, acabando por marcar o golo decisivo.

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