Marítimo 0-1 Benfica (Cardozo 85′)
Depois da derrota para a Taça de Portugal, o Benfica alcançou um difícil triunfo nos Barreiros. Num jogo semelhante ao da semana passada, a desinspiração encarnada quase premiava o Marítimo (que jogou toda a segunda parte com 10 elementos). No entanto, Cardozo acabou por resolver já perto do final. (no primeiro tempo o paraguaio protagonizou o falhanço do ano).
Na primeira parte, os encarnados tiveram mais tempo de posse de bola, mas foram raras as ocasiões em que conseguiram penetrar na defensiva madeirense: o principal lance de perigo teve como protagonista Cardozo, que falhou escandalosamente de baliza aberta (como é possível?). À semelhança do encontro para a Taça de Portugal, os insulares apresentaram-se muito bem organizados e criaram bastantes dificuldades ao Benfica, que revelou uma dependência excessiva da criatividade de Aimar.
No segundo tempo, a expulsão madrugadora de Olberdam (não jogará no Dragão, para além de Rafael Miranda e Roberto Souza) veio condicionar a estratégia maritimista, que viu as suas iniciativas atacantes reduzidas à velocidade de Sami pela esquerda. Apesar de estar em superioridade numérica, o Benfica não conseguiu criar ocasiões para marcar, até ao minuto 85, em que Cardozo se redimiu e fez o único golo da partida e deu os 3 pontos à turma de Jorge Jesus.
Destaques:
Benfica – Má exibição da turma de Jorge Jesus (curiosamente, desde que o técnico encarnado demonstrou a habitual arrogância na conferência de imprensa de antevisão ao encontro da Taça de Portugal, os jogadores revelam uma falta de atitude gritante). Sem Gaitán, a falta de soluções ofensivas (Rodrigo na direita não foi aposta ganha e os dois laterais estiveram muito mal) complicou bastante a resolução do encontro. Contra 10, a tarefa ainda ficou mais dificultada e as águias apenas chegaram ao golo num lance algo fortuito. O mais importante foi alcançado, mas longe da “nota artística” que o técnico do clube da Luz tantas vezes faz questão de salientar.
Cardozo – Esteve no melhor e no pior do lado do Benfica. Acabou por resolver o encontro, depois de na primeira parte ter atirado ao lado, com a baliza completamente escancarada (bola rasteira, para o seu pé esquerdo, não se justifica o falhanço). O que é certo é que apesar da sua eficácia (que hoje quase o traía), continua a ser mal amado pelos adeptos encarnados.
Sami – Foi o mais inconformado do lado do Marítimo, principalmente quando a equipa se viu reduzida a 10 unidades. Criou muitos problemas a Maxi com a sua velocidade e ainda fechou bem o seu flanco.
Maxi Pereira – Irreconhecível o lateral uruguaio, demonstrando muita passividade. Um dos piores do lado do Benfica, tanto a atacar, como a defender (concedeu demasiado espaço a Sami e enfrentou bastantes dificuldades para o travar).
Marítimo – Apesar da derrota, os insulares voltaram a criar bastantes problemas ao Benfica. Bem orientados por Pedro Martins, são neste momento uma equipa com todas as condições para garantir um lugar europeu. Um meio campo muito interessante e alas rápidos, no apoio ao letal Baba (que hoje não teve oportunidades).
Witsel/Aimar – Os dois elementos mais esclarecidos do meio campo encarnado. O belga (foi sacrificado no segundo tempo) actuou mais sobre a direita e teve algumas combinações interessantes com o argentino, que foi responsável pelos principais lances ofensivos dos encarnados, que são cada vez mais dependentes do que o seu médio ofensivo faz.