Porto irreconhecível perde em Nicósia; Dragões estão praticamente fora da Champions

APOEL FC 2-1 FC Porto (Aílton 42′ g.p. e Manduca 90′; Hulk 88′ g.p.)

O Porto foi derrotado pelo APOEL, em Nicósia, e terá agora muitas dificuldades em garantir o apuramento para os oitavos-de-final da Champions League. O resultado de 2-1 deixa os dragões a necessitar de 2 vitórias, sendo que têm um calendário bastante complicado – deslocação à Ucrânia e recepção ao Zenit. Ao contrário da maioria dos analistas, acreditamos que o Shakhtar (só tem 2 pontos) ainda poderá passar à fase seguinte e, como tal, também a turma de Vítor Pereira terá as suas hipóteses neste equilibrado grupo G.
Na primeira parte, o APOEL apresentou-se com uma organização notável, com um bloco compacto e muita velocidade nas saídas para o ataque. Os jogadores cipriotas foram mais agressivos na pressão e no ataque à bola, perante um Porto apático e sem ideias. Já perto do intervalo, o brasileiro Aílton, que já tinha marcado no Dragão, arranca uma grande jogada individual e é derrubado por Mangala dentro da área. A grande penalidade não deu hipóteses a Helton, saindo a turma de Ivan Jovanovic em vantagem para o intervalo. Na etapa complementar, os azuis e brancos assumiram as despesas do encontro. Vítor Pereira fez entrar Guarin, James e Defour, mas a verdade é que apesar do caudal ofensivo e do domínio territorial, raramente chegaram perto da baliza de Urko Pardo. O final da partida foi bastante emocionante, com 1 golo para cada lado. O Porto chegou ao empate, também de grande penalidade – falta sobre James Rodríguez e golo de Hulk. Na resposta, num lance totalmente inadmissível, a equipa cipriota apanha a turma portista completamente desposicionada e faz o 2-1 final. Em suma, uma vitória justa do APOEL, que apresenta um colectivo forte, concentrado e empenhado.
Destaques:

Porto – A equipa azul e branca tem essencialmente um problema colectivo, motivado pela má forma de algumas das suas principais individualidades – como Álvaro Pereira ou Hulk, por exemplo. O maior orçamento da história dos dragões e do futebol português deveria ser suficiente para levar de vencida este modesto opositor. É certo que o dinheiro não ganha encontros, mas quando o investimento em apenas 1 jogador (Hulk) daria para pagar todo o plantel cipriota, é demonstrativo daquilo que foi o descalabro nesta dupla jornada.
Vítor Pereira – Os resultados vão colocando cada vez maior pressão no treinador portista. No entanto, iniciar uma partida decisiva sem 2 dos 4 melhores jogadores do plantel (Guarin e James) é um grande passo para que as coisas não corram da melhor maneira.
João Moutinho – O médio português denotou as há muito reconhecidas dificuldades no controlo do meio campo, voltando a passar completamente ao lado do jogo. Não teve capacidade em fazer posse de bola, nem os “equilíbrios”, a sua maior virtude. Uma nulidade, como tem sido seu apanágio nos últimos 3 anos.
Mangala – Foi dos melhores da sua equipa, apesar de ter feito o penalti que deu origem ao primeiro golo. Esteve autoritário nos duelos físicos e ganhou a maioria dos lances em velocidade (chegou a ser batido em antecipação, mas recuperava facilmente).

Nuno Morais/ Hélio Pinto – A dupla de pivots do APOEL esteve em grande nesta partida, revelando um óptimo sentido posicional. Estiveram bem no lançamento de contra-ataques e no capítulo da recuperação.
Hulk – O brasileiro bem tentou, teve bola, rematou diversas vezes, apesar de estar a anos-luz do que já demonstrou, mas tal como na última partida voltou a ter atitudes infelizes. Perto do final da partida, descontente com uma falta não assinalada sobre si, esboçou sair rumo aos balneários, num momento insólito e digno de uma novela.
APOEL – Equipa bem interessante, que apesar de ter poucos recursos, pratica um futebol prático e objectivo, sempre de olhos postos na baliza. O brasileiro Aílton voltou a ser um quebra-cabeças, muito móvel e de técnica apurada, o central português Paulo Jorge foi intrasponível, e pela esquerda Trickovski incutiu bastante velocidade no ataque da equipa da casa.
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