Real Madrid 1-0 Barcelona (C.Ronaldo 103′)

O Real Madrid de José Mourinho venceu o Barcelona no Mestalla por 1-0, com um grande golo de C.Ronaldo no prolongamento. Os merengues alcançaram o primeiro título da temporada, vencendo a Copa do Rey 18 anos depois. Num jogo intenso e com quezílias constantes, o nulo verificado no final do tempo regulamentar apenas havia de ser desfeito pelo português numa cabeçada digna dos melhores do mundo.
No Barcelona, a principal surpresa foi a colocação de Mascherano ao lado de Piqué no eixo defensivo. Do lado do Real, Sergio Ramos e Ricardo Carvalho formaram a dupla de centrais, com Arbeloa na direita, mantendo-se o trio de médios que actuou no passado Sábado, com Özil, Di Maria e Cristiano Ronaldo na frente. A primeira parte foi uma autêntica fotocópia do jogo do Bernabéu. Um autêntico choque de estilos, com um Real muito cauteloso no preenchimento dos espaços (a pressão iniciava-se assim que os catalães ultrapassavam o meio campo, os laterais não subiam, Pepe particularmente atento às movimentações de Messi), tentando condicionar a posse de bola do Barcelona, saindo depois em transições rápidas. A estratégia revelou-se eficaz, pois a equipa de Pep Guardiola nem sequer incomodou Casillas, pertencendo a Ronaldo e a Pepe, num cabeceamento ao poste, as melhores ocasiões do primeiro tempo.
Na segunda parte, pelo contrário, o encontro foi totalmente dominado pelo Barcelona. Messi, que não tinha desequilibrado no primeiro tempo, e essencialmente Iniesta abriram o livro e provocaram grandes problemas ao Real. Um remate à malha lateral de Pedro, e duas enormes defesas de Casillas impediram que os catalães se adiantassem no marcador. Os blaugrana marcaram mesmo, após uma grande abertura de Messi, que ultrapassou 5 adversários, para Pedro, porém, o tento foi bem anulado. A equipa madrilena pareceu estar muito desorientada, algo desgastada, raramente ultrapassando o meio campo na segunda metade, contudo, poderia ter decidido o jogo já em cima do minuto 90, com um remate de pé direito para Di Maria para grande defesa de Pinto. No final do tempo regulamentar, o empate era justo, perante um domínio repartido. No prolongamento, o Real voltou a renascer para o jogo, surgindo Cristiano Ronaldo em grande destaque. O craque português ameaçou, e de seguida marcou, num golaço após jogada de Di Maria do lado esquerdo. A partir daqui, os merengues recuaram, com o Barcelona a tentar tudo para chegar ao empate. No entanto, quem poderia ter ampliado o resultado foi a equipa de Mourinho, com Pinto a impedir Adebayor de fazer o 2-0. Houve tempo ainda para a expulsão de Di Maria. Em suma, o Real acabou por ser feliz no segundo tempo, pois apenas a ineficácia do Barça perante um caudal ofensivo avassalador no permitiu que o nulo se mantivesse. A qualidade de Ronaldo fez o resto no prolongamento, decidindo a final a favor da equipa da capital espanhola.
Destaques:
Real Madrid – José Mourinho voltou a devolver a glória a um dos maiores clubes do mundo. A organização evidenciada pelos merengues permitiu superar a armada do “tiki-taka” catalão, a melhor equipa da actualidade. O Real foi totalmente superior na primeira parte, com uma estratégia semelhante ao jogo do passado Sábado, com três “carraças” no meio campo, pressionando Xavi e Iniesta, com laterais posicionais, impedindo as diagonais nas costas, com Ronaldo e Di Maria a partir em velocidade para o ataque. No segundo tempo, o desnorte dos madrilenos não era natural numa equipa de Mourinho, ainda que do outro lado estivessem Messi e Iniesta. Nesta fase, a “estrelinha” que protege os campeões esteve do lado do Real, com Casillas em grande. Depois, foi Ronaldo. Quem tem jogadores como ele, pode estar sempre à espera que ele decida, e foi o que aconteceu.
Barcelona – Os catalães, no primeiro tempo, não conseguiram encontrar soluções para encontrar espaço na defensiva do Real. Contudo, na segunda parte o Barça habitual voltou, e apenas a ineficácia dos homens da frente permitiu que o resultado não se alterasse. Com Villa na função 9, e Messi mais descaído pela direita (ao contrário do primeiro tempo), o futebol dos blaugrana foi muito mais dinâmico, contando ainda com um Iniesta completamente endiabrado.
Cristiano Ronaldo – Não se pode dizer que tenha feito um grande jogo, mas foi decisivo. O craque português actuou na zona central, dando-se à marcação de Mascherano e Piqué. Poderia ter marcado na primeira parte, não o fez, poderia ter marcado na primeira parte do prolongamento após uma grande arrancada, todavia, o remate saiu ligeiramente ao lado, mas um cabeceamento fulminante daria-lhe o prémio de homem do jogo.
Messi/Iniesta – Os homens em destaque do lado do Barça. O espanhol esteve muito em foco no segundo tempo, sempre com grande precisão no passe e na descoberta de companheiros livres. Já o pequeno argentino, a partir do momento em que foi para o lado direito pôde frequentemente flectir para o centro em diagonal, criando bastantes desequilíbrios na defensiva do Real.
Di Maria – Excelente exibição do argentino. Foi dele a assistência para o golo de Ronaldo, mas antes já tinha aproveitado o espaço nas costas de Dani Alves para ficar perto de marcar. Importante no apoio a Marcelo, o ex-Benfica pecou apenas por ser demasiado individualista em alguns momentos.
Daniel Alves/Marcelo – No duelo do mais desequilibrador promovido pelo Visão de Mercado, ganhou o jogador do Barcelona, sempre muito activo no apoio ao ataque. Contudo, Marcelo rubricou também uma partida bem conseguida, essencialmente no capítulo defensivo, tendo apenas dificuldades de maior quando Messi lhe aparecia pela frente.
Casillas – O guarda-redes do Real foi absolutamente decisivo no segundo tempo, com duas intervenções de grande nível que impediram que o Barcelona se adiantasse no marcador.
Ricardo Carvalho/Sergio Ramos – Imperiais os dois centrais do Real. O português esteve como habitualmente muito tranquilo e seguro. Já o espanhol, apesar de demonstrar maior nervosismo foi igualmente importante na manutenção do nulo no segundo tempo.