O Benfica entrou na partida com a vantagem dos dois golos do Dragão, gerindo os acontecimentos e rodando a bola pela sua defensiva. Nos primeiros 40´ destaque apenas para um cabeceamento de Javi Garcia perto do poste. A primeira terminou com os dragões bastante perto do golo, num contra-ataque protagonizado por Hulk e Falcao. O colombiano permitiu uma grande defesa de Júlio César e depois falhou com a baliza aberta.
Na segunda parte, o FC Porto surgiu bastante mais pressionante e disposto a virar o resultado. Hulk e Falcao estiveram bastante activos na abertura dos últimos 45 minutos, colocando o guarda-redes encarnado à prova diversas vezes. Aos 64´ surge o 1º golo dos dragões, depois de um excelente corte de Fernando, a bola passa por vários jogadores do FC Porto e João Moutinho finaliza com um excelente remate de fora da área. Um golo que mudou o rumo dos acontecimentos, dando maior confiança aos dragões e maior desconforto aos encarnados. Aos 71´, assistência de Álvaro Pereira, para o inevitável Hulk desviar na pequena área e igualar a eliminatória. Pouco tempo depois, Falcao, com bastante tempo para trabalhar a bola, encontra um espaço para o remate, que desvia em Javi Garcia e engana Júlio César. Em apenas 10 minutos, a equipa de Villas-Boas vira um resultado de 2 golos de desvantagem, na casa do grande rival. O Benfica necessitava de marcar por duas vezes e Cardozo reduziu a vantagem do FC Porto através de uma grande penalidade que levou Sapunaru à loucura (foi expulso no final da partida), no entanto, até final da partida o resultado não se alteraria.
Destaques:
Jorge Jesus – O treinador dos encarnados não conseguiu segurar um resultado de 2-0 na sua própria casa, sofrendo 3 golos em apenas 10 minutos. Depois do susto de Eindhoven, não soube preparar a equipa para o desafio frente ao FC Porto e perdeu o 3º título da temporada para os dragões. Lugar em risco?
Júlio César – Evitou o golo azul e branco até onde pode, tendo feito uma defesa impossível ainda na primeira parte, com Falcao pela frente.
Fábio Coentrão – Conseguiu anular Hulk durante os primeiros 45 minutos, obrigando o brasileiro a procurar outros caminhos, no entanto, o que o Benfica ganhou na defesa, perdeu em profundidade, pois o lateral raramente desequilibrou.
Jara – Jogou no lugar de Salvio, mas as comparações ficam-se por aí, pois o argentino realizou uma péssima partida, com remates sem nexo e bastantes bolas perdidas (a do 1º golo foi decisiva).
Javi Garcia – Não conseguiu dar tranquilidade e protecção ao sector do meio campo e defesa, para além de ter perdido bastantes bolas no seu raio de acção. Exibição muito longe do que já mostrou na Luz.
Saviola/Cardozo – A dupla de avançados do Benfica não conseguiu incomodar Beto, numa exibição bastante fraca e sem o fulgor de outros tempos.
André Villas-Boas – Com Hulk e Falcao no plantel tudo fica mais fácil, contudo, o jovem treinador também soube ser feliz, fazendo subir a equipa para uma segunda parte demolidora. Caso os dragões ganhem a Taça de Portugal, Liga Europa e terminem o campeonato invictos, estaremos perante o melhor FC Porto de sempre?
Hulk/Falcao – A dupla demolidora do FC Porto voltou a fazer vítimas, numa segunda parte de luxo. Depois de uns 45 minutos bastante apagados, os sul-americanos surgiram decididos a inverter o rumo dos acontecimentos e, apesar da pontaria desastrada do brasileiro, conseguiram marcar um golo cada, que decidiu a eliminatória.
João Moutinho – Excelente segunda parte, coroada com um remate bastante colocado e sem hipóteses para Júlio César. Esteve sempre disponível para a luta do meio campo e ainda deu um toque de classe no apoio ao ataque.
Fernando – Grande exibição do “polvo”, que estendeu os seus tentáculos até onde foi possível. O primeiro golo do FC Porto acontece graças a um dos muitos cortes efectuados pelo brasileiro, que mais uma vez, mostrou grande qualidade.
Álvaro Pereira – Algumas dificuldades durante os primeiros 45 minutos, mas uma segunda parte mais ao seu nível. Fez a assistência para o 0-2 e ainda apareceu por diversas vezes em situação perigosa.
C. Rodriguez – O uruguaio não realizou uma exibição de grande nível, mas foi um dos jogadores que mais batalhou na Luz, nunca dando uma bola como perdida.